PRINCIPAIS LINHAS DE PESQUISA
Petrografia e Paleohistologia de Fósseis
Uso de análises petrográficas histológicas em fósseis para compreender sua diagênese e aspectos paleobiológicos e paleoecológicos de organismos extintos.
A Paleohistologia é um campo de estudo que se dedica à análise de tecidos fossilizados. Essa disciplina permite investigar a estrutura microscópica de ossos, dentes e outros tecidos, fornecendo insights valiosos sobre a fisiologia, crescimento e até mesmo a ocorrência de doenças em seres extintos. A paleohistologia utiliza técnicas de CT-Scan e microscopia para acessar a arquitetura e organização dos tecidos, ajudando a responder questões sobre a evolução e o modo de vida de espécies do passado. A petrografia de fósseis, por sua vez, utiliza técnicas de microscopia para compreender os processos envolvidos na diagênese desses materiais.
Figuras: (1) Lâmina histológica ilustrando uma patologia em um osso longo de titanossauro (Aureliano et al., 2021). (2) Lâmina histológica ilustrando tecido pneumósteo em uma vértebra de Uberabatitan ribeiroi (Aureliano et al., 2020). (3) Lâmina histológica de uma vértebra do titanossauro Arrudatitan maximus.
Paleoicnologia
Análise de traços fósseis para interpretação paleoambiental e paleoecológica e estudo do comportamento de organismos extintos.
A Paleoicnologia é o estudo de traços fósseis, como pegadas, escavações, marcas de mordida ou perfurações produzidas por organismos em substratos. Essa disciplina permite reconstruir paleoambientes, identificar a presença de organismos raramente preservados como somatofósseis, determinar relações ecológicas entre espécies e elucidar o comportamento de diferentes seres do passado. A pesquisa em paleoicnologia utiliza técnicas de campo e laboratório para identificar, documentar e analisar os icnofósseis. A interpretação dos dados obtidos por meio dessas técnicas ajuda a responder questões sobre a diversidade, distribuição e evolução de organismos do passado.
Figuras: (1) Modelo tridimensional de pegada de dinossauro terópode em descrição. (2) Traços de mordida em costela de dinossauro saurópode (Reis et al., 2022). (3) Pegada de dinossauro terópode de cerca de 140 milhões de anos associada a petroglifo indígena de até 9 mil anos em Sousa-PB (Troiano et al., 2024).
Paleoecologia
Uso de fósseis para reconstituir ecossistemas do passado.
Esta disciplina utiliza fósseis para elucidar parâmetros ambientais de ecossistemas pretéritos e a relação de organismos do passado. Por meio da análise de somatofósseis e icnofósseis, a paleoecologia permite compreender transformações ambientais, identificar padrões evolutivos e entender como a vida se adaptou a diferentes condições ao longo do tempo geológico.
Figuras: (1) Teia trófica da Formação Romualdo, Bacia do Araripe (Aureliano et al., 2018). (2) Folha fóssil da Bacia Potiguar (em estudo).
Morfometria e Sistemática
Estudo e classificação de fósseis para compreender relações e padrões evolutivos.
Na paleontologia, a morfometria e a sistemática desempenham papéis fundamentais na identificação e classificação dos fósseis. A morfometria é uma análise quantitativa, que permite a medição e a comparação de características anatômicas para identificar padrões evolutivos, variações populacionais, entre outros, de entre espécies extintas. Por outro lado, a sistemática se concentra na classificação e na organização dos fósseis com base em suas relações evolutivas.
Figuras: Morfometria e sistemática de dentes de terópodes (Delcourt et al., 2019; 2024).
Impactos do Colonialismo na Ciência
Avaliação dos impactos do colonialismo na Ciência, com enfoque na Paleontologia.
O colonialismo historicamente teve um impacto profundo e duradouro na ciência, moldando não apenas os métodos e teorias, mas também as relações de poder e as estruturas de conhecimento. É fundamental identificar, quantificar e reconhecer as heranças colonialistas na ciência e trabalhar para descontruí-las, promovendo a colaboração e a diversidade de saberes e perspectivas.
Figuras: (1) Aline Ghilardi no evento de repatriação do dinossauro "Ubirajara jubatus". (2) Volume de produção de dados paleontológicos por país (Raja et al., 2022).